Norton Syrah Safra 2014 |
Ontem comemorando o dia dos namoramos (12/06/2020) abrimos esse exemplar de Syrah da vinícola Norton que fica no Vale de Luján de Cuyo em Mendoza na Argentina. Um destino que está na minha lista de desejos.
A história da Norton é do tempo da construção das linhas de trem entre Mendoza e Chile em 1895. O engenheiro responsável pela obra, Edmund James Palmer Norton, acabou se apaixonando pelo terroir de Mendoza e por uma mendocina. Ganhou do sogro um lote de terras e plantou em solo argentino suas primeiras videiras vindas da França. Por volta de 1989, a Norton foi adquirida pelo empresário austríaco Gernot Langes Swarovski (sim, o dono dos famosos cristais Swarovski!).
Hoje, a vinícola exporta para mais de 60 países, sendo a número 1 em exportação de vinhos de alta qualidade da Argentina. Combina produção quase artesanal com altíssima tecnologia. Junto com a Luigi Bosca e Zuccardi, a Norton é líder em termos de maior produção de vinho na Argentina. Em 2006, a Wine Spectator elegeu a Bodega Norton como uma das 20 melhores do mundo. Em 2012, a Wine Spectator destacou o Norton Reserva Malbec 2010 como um dos Top 100 melhores vinhos do mundo.
Agora falando um pouco da uva A uva Syrah é tida como uma das castas mais antigas que existem, com uma longa história que se estende por muitos séculos. No entanto, foi apenas nas últimas décadas que essa variedade ganhou força e se tornou uma das mais cultivadas em todo o mundo. O país líder no seu cultivo é a França, mais precisamente a região sul do país, mas o reconhecimento da qualidade e relevância dessa cepa faz com que atualmente ela seja cultivada em locais tão diferentes, como os Estados Unidos e a China e colecione admiradores por todo o globo.
Parte do êxito dessa uva ao redor do mundo é atribuído à sua grande adaptabilidade, que permite que ela seja cultivada com ótimos resultados em diferentes terrenos, climas e altitudes. Como consequência, é possível encontrar ótimos vinhos com rótulos franceses, de uvas cultivadas em clima mediterrâneo, australianos, provenientes de regiões muito quentes, e até chilenos, de frutas colhidas em temperaturas mais baixas.
A origem da casta gera divergências, contudo, a história mais aceita atualmente afirma que a casta é genuinamente francesa e descende de outras espécies de uvas daquele país: as variedades pouco conhecidas Mondeuse Blanche (branca) e Dureza (tinta). Especialistas chegaram a essa conclusão mais palpável após muitos estudos utilizando análises de tipagem de DNA. Porém, mesmo com a tecnologia atual disponível para pesquisas, ainda não foi possível determinar em qual século essa uva surgiu como a conhecemos hoje.
Seja qual for a saga que você escolher acreditar, o que podemos afirmar, sem sombra de dúvida, é que foi no sul da França que essa casta encontrou as condições perfeitas para crescer e aparecer, especialmente próximo ao Vale do Rhône. E foi apenas a partir dali que ela se transformou em uma das principais variedades da viticultura mundial.
Uma das características mais marcantes dessa fruta é sua casca, extremamente concentrada em matéria corante, tornando-a quase negra. Ela também apresenta uma elevada espessura, característica essa que permite que ela cresça com facilidade em praticamente qualquer região. Outra vantagem de ter uma casca mais grossa é que ela se torna bastante resistente ao ataque de fungos e outras pragas.
A casta é medianamente vigorosa e apresenta cachos de tamanho médio, com bagos pequenos. Seus vinhos são escuros e profundos, porém, se cultivada em altos volumes por hectare, pode ter a sua qualidade comprometida.
Ela gosta de temperaturas mais altas, dessa forma as regiões com verões mais secos e quentes geralmente conseguem os melhores resultados. Contudo, graças à sua versatilidade, ela aceita bem também climas mais frios. Seu solo preferido é do tipo pedregoso típico do Rhône, que retém mais calor, e ela precisa de bastante água para crescer.
No aspecto sensorial, seus aromas e sabores mudam conforme o terroir, mas, em geral, esses vinhos guardam alguns aspectos em comum. Eles normalmente apresentam coloração escura, com vermelho carregado, e sabores muito complexos, potentes, com médio corpo e taninos muito amaciados. Eles são quase sempre secos e com acidez regular. Os aromas mais frequentes são de frutas negras e vermelhas, violeta e azeitonas pretas e a graduação alcoólica começa em 13% podendo passar de 15%, em alguns casos.
Característica: Teor alcoólico 13,50%; Amadurecimento: 12 meses em barricas de carvalho francês de 1º e 2º usos e dez meses em garrafa; Cor: Rubi intenso; Aroma de amoras maduras, figos secos, nozes e especiarias; Gustativo: na boca é aveludado e denso, com taninos delicados, suculento e longo; Temperatura de serviço: 16 graus; Potencial de guarda: 9 anos; Decantação de 40 minutos; Armonização: acompanha bem carnes de caça, assados e queijos fortes.
Nós harmonizamos com um tortei de abóbora com carne seca e ficou maravilhoso. A sobremesa foi creme de chocolate.
Eu senti bastante gosto de álcool logo ao abrir, logo entendo que é um vinho que tem que respirar para apresentar seus aromas. Percebi aroma de cacau e na boca frutas vermelhas. Um vinho muito bom e volto a comprar.
Fontes: blog Famiglia Valduga e Winepedia
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